ANDRÉ LUIZ SOBRE LIVRO MUNDO MAIOR




COMENTARIO ANDRÉ LUIZ - Parte I


Por Gilberto Perez Cardoso

No capítulo três do livro "No Mundo Maior", psicografado por Chico Xavier, o autor espiritual André Luiz nos transmite uma interessante aula do instrutor espiritual Calderaro sobre o cérebro. O capítulo se intitula "A casa mental" e Calderaro, após uma demonstração da fisiologia cerebral indica a André a divisão cerebral em três províncias distintas, adotada no Plano Espiritual. Essas três áreas correspondem a três setores, a saber:

1: Lobos frontais

2: Região situada desde o córtex motor até a extremidade da medula espinhal

3: Gânglios da base, postados mais inferiormente

Mais adiante, de maneira didática, Calderaro faz analogia entre o cérebro e um "castelo de três andares". No andar mais baixo Calderaro situou "a residência de nossos impulsos automáticos"; no intermediário, "o domínio das conquistas atuais"; no superior, "a casa das noções superiores". Acrescentou ainda o sábio instrutor que no primeiro andar residiam "o hábito e o automatismo"; no segundo, "o esforço e a vontade"; no terceiro, "o ideal e a meta superior".

Explicou ainda Calderaro que os três andares poderiam corresponder, respectivamente, ao "subconsciente, consciente e superconsciente", representando, respectivamente, "passado, presente e futuro".

As explicações de Calderaro são preciosas e coincidem com aquelas que encontramos em outra excelente fonte de pesquisas, "A Grande Síntese", de Pietro Ubaldi, obra merecedora de prefácio de Emmanuel por meio do mesmo médium, Chico Xavier. Pois neste livro também se estuda o cérebro dessa maneira, arquitetado em três níveis distintos.

A ciência começa a trilhar mais claramente o mesmo caminho já delineado por André Luiz e Pietro Ubaldi. É o que depreendemos ao ler o Jornal da Família, suplemento do jornal "O Globo", de 20 de junho de 2004, na reportagem intitulada "Freud tinha razão", de M. Cezimbra.

A matéria comenta e comemoram recentes descobertas de neurocientistas, que propuseram um novo mapeamento do cérebro, coincidente com o modelo mental proposto por Sigmund Freud, o criador da Psicanálise.

Nesse mapeamento cerebral, concebido após aplicação à neurofisiologia de recentes técnicas de obtenção de imagens tecnológicas, os neurocientistas identificaram uma espécie de "andar superior" no cérebro, correspondendo anatomicamente ao córtex dorsal frontal e funcionalmente ao que Freud chamou de "superego"; propuseram ainda a existência de um "andar intermediário", correspondendo ao "córtex cerebral posterior" e ao que Freud denominou de "ego"; por fim, localizaram os pesquisadores um "andar inferior", correspondendo ao tronco cerebral e, em termos de função, ao que Freud denominou de "id".

É muito interessante e significativo que na própria reportagem se faça referência ao "andar inferior", tronco cerebral ou "id" como sede de impulsos inconscientes; ao "andar intermediário", córtex posterior ou "ego" como área consciente; e ao "andar superior", córtex dorsal frontal ou "superego" como sede de "repressões culturais. A neurofisiologia e a psicanálise caminham afinal para um entendimento, ao que parece, e essa concordância tende a se dar em torno de um modelo para o cérebro que data, na literatura espírita, de 1947 (ano em que André Luiz nos ditou a obra "No Mundo Maior") e na obra de Pietro Ubaldi, de 1933 (época em que surgiu "A Grande Síntese", e mesmo ano da descoberta de Freud).

Não tenho conhecimento de registros anteriores desse modelo para explicar o funcionamento cerebral. Também é justo acrescentar, complementando a reportagem "Freud tinha razão", dizendo que André Luiz também tinha razão...

ÍNTEGRA DA MATÉRIA DO GLOBO:

FREUD TINHA RAZÃO

Márcia Cezimbra

Que a psicanálise ajuda a viver melhor os bons terapeutas e seus pacientes já sabem há décadas. Mas agora neurocientistas europeus e americanos comprovam, em exames do cérebro em laboratórios de imagens de alta tecnologia, que a psicanálise — tida por muitos como um discurso ficcional — tem fundamento científico. Sigmund Freud estava certo em suas descrições do funcionamento da mente humana.

Os neurocientistas constataram que o que move o ser humano, como Freud dizia, são impulsos inconscientes, que sofrem repressão para não se tornarem conscientes. E confirmaram que as experiências da primeira infância influenciam o padrão de conexões cerebrais que moldam a nossa personalidade e a saúde mental para o resto da vida. Tecnologias de imagens mostram que a psicoterapia também atua no cérebro, alterando circuitos neuroquímicos.

Outra descoberta, feita por neurocientistas como Joseph Le Doux, identificou os sistemas de memória que controlam o aprendizado emocional. Le Doux demonstrou a existência de uma via neuronal que conecta as informações coletadas pela percepção às estruturas do cérebro responsáveis por reações de medo.

A ação dos neurotransmissores, sobretudo a dopamina, mostra que a compulsão, como Freud dizia em suas experiências com a cocaína, está ligada à busca pelo prazer que ele chamava de libido e que tem um fundamento neuroquímico. Além disto, as pesquisas apontam em direção ambiciosa: provar que a produção inconsciente de imagens nos sonhos tem por base efeitos de neurotransmissores em certas fases do sono, controlada por uma rede de circuitos "instintivo-motivacionais" do cérebro.

Noutras palavras: os sonhos seriam gerados por motivações inconscientes, num paralelo ao dito freudiano de que "os sonhos são a realização de desejos inconscientes".

O professor de neuropsicologia Mark Solms, em artigo da revista "Scientific American", afirma que os neurocientistas ficaram tão empolgados com as descobertas que criaram a Sociedade Internacional de Neuropsicanálise. A idéia de reconciliar neurologia e psicanálise numa teoria unificada resultou na revista "Neuro-psychoanalysis", da qual fazem partes especialistas internacionalmente reconhecidos como Antonio R. Damasio, Joseph E. Le Doux, Benjamin Libet e Eric Kandel, prêmio Nobel de medicina de 2000.

— É interessante que a psicanálise, negada como ciência no século XX, seja cientificamente comprovada por neurologistas cognitivos — diz o psicanalista Joel Birman.
continua...

ESTUDOS - ANDRÉ LUIZ SOBRE LIVRO MUNDO MAIOR

Continuação Parte II

ESTUDO MOSTRA CÉREBRO QUE FREUD IMAGINOU

A teoria freudiana da estruturação do psiquismo, de 1933, fugia da anatomia cerebral da época. Para Freud, o sistema psíquico era formado pelo inconsciente (id), fonte dos impulsos e da motivação dos seres humanos. Boa parte desses impulsos era limitada pelo consciente (ego), para impedir que eles comprometessem o pensamento racional. Havia também o superego, uma estrutura que intermediava os conflitos entre o ego e o id, constituído em boa parte pelas leis da cultura. Quando essa repressão não funcionava bem segundo Freud ocorriam as fobias, o pânico, as obsessões, os ataques histéricos, a psicose. A psicanálise teria então a função de trazer o inconsciente à consciência, elaborando o que exatamente deu origem às ações inconscientes. Hoje estes processos mentais inconscientes foram comprovados em laboratórios de neurocientistas. Os mapeamentos neurológicos recentes combinam com as concepções de Freud. O tronco encefálico reticulado e o sistema límbico, responsáveis por instintos e impulsos, correspondem ao id freudiano. Na região frontal ventral, que lida com a inibição consciente e seletiva desses impulsos inconscientes, estaria a repressão proveniente do ego. Na região frontal dorsal, que controla as funções conscientes, estaria o superego freudiano. O superego e o ego também estariam no córtex posterior, que percebe o mundo exterior. Os exames mostram como a repressão de lembranças é deliberada e seletiva: danos da região parietal direita fazem com que a pessoa não perceba danos físicos, como a paralisia de um braço. Danos na região límbica frontal, que controla aspectos essenciais da consciência, por exemplo, faz com que a pessoa invente histórias fantásticas a seu respeito, sem contatar imagens inconscientes que tem de si mesmas.

O RESGATE DA TEORIA DOS SONHOS

As idéias de Freud de que os sonhos são um modo de vislumbrar desejos inconscientes foi desacreditada a partir dos anos 1950, quando pesquisas mostraram a relação entre o ato de sonhar e o movimento rápido dos olhos (o sono REM), este controlado por substâncias químicas, como a acetilcolina, e estruturas cerebrais que nada tinham a ver com emoção e motivação. Hoje, pesquisas mostram que os sonhos e o sono REM são controlados por mecanismos distintos, embora interajam. Segundo o professor Mark Solms, os sonhos são produzidos por circuitos instintivo-motivacionais do cérebro. "A conceituação "psicológica" dos sonhos voltou a ser cientificamente respeitável", escreveu ele na "Scientific American". Já o professor de psiquiatria de Harvard J. Allan Hobson

continua a achar que a bizarrice dos sonhos é gerada por mecanismos químicos do tronco encefálico durante o sono REM. "Remendos neurobiológicos não vão dar um jeito na enrascada da psicanálise", rebateu ele, na "Scientific American".

EXAMES CONFIRMAM MEMÓRIA CORPORAL

Uma das confirmações importantes da neurociência refere-se ao funcionamento da memória: as estruturas cerebrais essenciais para a formação de memória consciente não funcionam durante os primeiros dois anos de vida. As vivências desse período não ficam registradas no cérebro, mas no corpo. A constatação mostra que Freud também estava certo ao dizer que "o eu é acima de tudo corporal", em "O ego e o id" (1923). E explica ainda o que Freud chamava de amnésia infantil. Hoje, os neurocientistas mostram que esse período não foi esquecido, mas não vem à consciência porque, quando foi vivido, não foi registrado pelo cérebro, que não estava pronto.

A MEMÓRIA ESTÁ NOS OLHOS, NA BOCA, NAS VÍSCERAS

O psicanalista Joel Birman considera esta comprovação importante para que alguns psicanalistas percebam que, sem uma abordagem afetiva, que dê acesso à memória corporal, não há tratamento:

— Uma parcela significativa da psicanálise esqueceu que o psíquico é corporal. Foi por isso que as chamadas terapias corporais, como a bioenergética e as reichianas, ampliaram-se tanto em todo mundo, nas últimas décadas.

Birman diz que esta memória, que não está concentrada no cérebro, será mantida a vida inteira nos olhos, na boca, no abdômen, nos dedos:

— São as zonas erogenizáveis pela relação da mãe com o bebê. Nessa fase, o cérebro não tem ainda a mielinização das fibras nervosas e a memória se mantém no corpo. É por isso que o psicanalista precisa desenvolver uma linguagem afetiva, que chamo de linguagem das intensidades, para que ele tenha acesso a essa corporeidade.

Wilson Chebabi diz que o analista também deve trabalhar com seu corpo:

— Não tocando o paciente, mas como presença física e acompanhamento emocional de vivências que não foram registradas como lembranças, mas como ambiência.

FREUD NO LABORATÓRIO

· AÇÕES INCONSCIENTES

Freud constatou que o ser humano é movido por impulsos inconscientes, mas uma força repressora impediria que estas motivações se tornem conscientes. Quando essa repressão não funciona bem, poderiam ocorrer ataques histéricos, obsessões, fobias, pânico e surtos psicóticos.

A função da psicanálise seria rastrear a origem dos sintomas neuróticos e retrabalhar tais associações mentais de modo a aniquilar o seu poder. Agora, neurocientistas comprovaram a existência de processos mentais inconscientes por meio de exames do cérebro em laboratório.

· MEMÓRIA VISCERAL

Os neurocientistas comprovaram que as estruturas cerebrais essenciais para a formação de memória consciente não são funcionais durante os primeiros dois anos de vida. Isso explica o que Freud chamava de amnésia infantil ou recalque primário. Esta memória ficou retida no corpo e, por ser anterior à formação completa do cérebro, não é articulada mentalmente.

· RELAÇÃO MÃE-BEBÊ

A neurociência comprovou em laboratórios que as experiências dos primeiros meses de vida entre mãe e bebê influenciam o padrão de conexões cerebrais de modo a moldar a nossa personalidade e a saúde mental futuras.

· MEMÓRIA EMOCIONAL

Uma via neuronal sob o córtex consciente conecta a percepção presente com estruturas primitivas responsáveis pela geração de medo. Como essa via neuronal atravessa o hipocampo, acontecimentos presentes desencadeiam lembranças emocionalmente importantes, provocando sensações que parecem irracionais.

· HOMEM-ANIMAL

Freud chocou ao pensar o homem como um animal de instintos primitivos, sexuais, infantis e às vezes agressivos. Hoje a neurociência classifica o ser humano como um animal que, como todos os mamíferos, tem quatro circuitos cerebrais instintivos: o de recompensa e busca (do prazer), regulado pelo neurotransmissor dopamina e envolvido com os quadros de compulsão e vício; o circuito de raiva e de agressões raivosas, não predatórias; de medo e ansiedade; e, por fim, o de pânico, circuito cerebral que comanda os impulsos maternais e as relações sociais.

ESTUDOS - CAMBONOS 1

CAMBONOS - RETIRADO DO LIVRO: O ABC DO SERVIDOR UMBANDISTA AUTORIA: PAI JURUÁ

Cambono é um secretário das entidades. Ele zela pelo bom atendimento, ajuda a dinamizar as consultas, facilita o trabalho das entidades e serve também como intérprete destas. O cambono, na verdade, é um médium em desenvolvimento ou que não incorpora. Também podem ser utilizados os outros médiuns em regime de escala. O seu trabalho dentro do Templo é tão importante quanto o dos demais médiuns e, mesmo sem estar Incorporado, ele é parte integrante de todo o trabalho espiritual, pois os Guias Espirituais se utilizam dele para retirar as energias que serão utilizadas no atendimento aos consulentes. Muitas vezes, um Guia Espiritual tem dificuldades de adentrar no íntimo do consulente devido à densidade energética presente na pessoa e lança mão da presença do cambono e, através deste, fazendo como que “uma ponte”, consegue auscultar o íntimo da pessoa. Como o trabalho do cambono é de secretário, ele deve, antes de tudo e se possível com um dia ou mais de antecedência, deixar preparado todos os apetrechos de trabalho que costumam ser utilizado pela entidade a qual irá cambonear. Ele precisa saber os hábitos de trabalho da entidade em dias de atendimento ou, se for a sua primeira vez, deve se informar sobre o que precisará ter em mãos, caso seja pedido, evitando assim atrasos desnecessários durante as consultas. O cambono, na verdade, precisa ter conhecimento de todo o culto e de todas as entidades, precisando, então, prestar muita atenção à atuação delas durante as giras. Sempre que solicitado, o cambono deve ajudar as entidades a se comunicarem com os consulentes, desde é claro, que seja treinado para isso e também que seja muito atento a tudo o que a entidade solicitar. Na verdade, o cambono, em alguns casos, poderá explicar de uma forma mais simples ou mesmo interpretar o que for dito para que o consulente não distorça as palavras das entidades. Lembre-se de que para este trabalho o cambono deverá ser preparado em uma espécie de estágio nas Giras de desenvolvimento para que possa saber como as entidades trabalham. O cambono, antes de qualquer coisa, é pessoa de extrema confiança do Pai ou Mãe da casa, assim como da entidade que estiver atendendo; portanto, caso perceba qualquer coisa estranha, qualquer coisa que não faça parte dos procedimentos normais, deve reportar-se ao Guia-chefe ou ao Pai ou Mãe da casa na mesma hora. É por isso que é tão importante, e necessário, que o cambono saiba todos os procedimentos de trabalho e todas as normas da conduta que entidades e médiuns devem ter dentro do Templo. O fato de auxiliar nas consultas exige que o cambono seja discreto e mantenha sigilo sobre tudo o que ouvir, não se esquecendo de que ali estão sendo tratados assuntos particulares e que não dizem respeito a ninguém além da pessoa que estiver sendo atendida e da entidade. O sigilo é um juramento de confiança que todo o cambono deve ter e fazer.

Sem a ajuda de um cambono, os trabalhos tornam-se lentos e o atendimento aos consulentes ficaria difícil, principalmente se o Templo atender um grande número de pessoas. Para que tudo transcorra de forma satisfatória, a presença de um cambono é de grande necessidade dentro do Templo, mas este não deve jamais confundir a entidade com a pessoa, isto é, ele é cambono do Guia Espiritual e não daquele médium, que é apenas um irmão dentro do Templo. O que ele pode, sim, é perguntar ao médium com o qual trabalha como deve proceder para prestar um melhor atendimento à entidade durante os trabalhos. Uma prática útil e aconselhável dentro de um Templo é a troca de cambonos entre as entidades. Isto traz um maior aprendizado aos cambonos e também faz com que estes se habituem a tratar todas as entidades da mesma forma, sem criar laços afetivos exagerados. Desenvolver afeto pelas entidades é comum, mas a afinidade espiritual só é saudável se não conduzir à dependência; portanto, o chefe da casa poderá decidir-se pelo trabalho alternado e, nesse caso, deverá fazer com que todos saibam disso com antecedência. De vez em quando, todos os médiuns, mesmo aqueles que incorporam, deveriam trabalhar como cambonos para poderem aprender mais e desenvolver a humildade, que é a característica mais importante que um médium deve ter. Obs.: Somente o Guia-Chefe deverá ter um cambono fixo e da confiança do sacerdote, pois provavelmente participará ativamente de todas as resoluções tomadas em relação a médiuns e ao Templo. Normalmente, o Guia-Chefe requer certa rapidez e presteza em seus atos e atendimentos, e só um cambono fixo poderá se prestar eficientemente como auxiliar. Materiais básicos que os cambonos precisam ter durante os trabalhos:

- Uma malinha (tipo mala de ferramentas), para colocar seus apetrechos de trabalho.

- Uma sacolinha, pendurada no pescoço, com todo o material necessário para o atendimento imediato dos guias, como: isqueiro

- caneta – bloquinho de papel, etc.
- Um pano de cabeça (se for de uso do seu Templo).
- Uma toalhinha branca (para higiene);

Veja bem: esta é uma lista de material utilizada normalmente. Desde que saiba qual entidade irá cambonear, o cambono deve saber se ela usa materiais específicos, tais como ervas, velas, bebidas, ferramentas de trabalho, etc. e se organizar junto ao médium com o qual trabalhará para ter tudo por perto. É importante saber que todo o material de uso das entidades é de responsabilidade do médium que a incorpora e que o trabalho do cambono é estar atento para que este material não falte ou acabe, devendo comunicar o médium com antecedência quando o material estiver acabando. Obs.: O Cambono é um auxiliar do Templo e não um empregado dos médiuns. A educação e a lisura devem estar presentes a todo instante.

ESTUDOS - CAMBONOS 2

O QUE É SER UM CAMBONO

Os Cambonos são médiuns de sustentação, e são tão importantes quanto os médiuns ostensivos (de incorporação mediúnica) nos trabalhos de uma Casa Umbandista; eles também devem seguir certos procedimentos e ter a mesma dedicação e responsabilidade.

O Cambono, médium de sustentação, é aquele trabalhador, com mediunidade ostensiva ou não, que está presente ao trabalho, mas que não participa diretamente do fenômeno nem dos procedimentos de incorporação mediúnica para atendimentos. Como o próprio nome diz, embora não esteja envolvido diretamente no fenômeno ou na assistência, faz a sustentação energética do trabalho, mantendo o padrão vibratório elevado por meio de pensamentos e sentimentos elevados. Ao contrário do que se pensam, os médiuns cambonos de sustentação são tão importantes quanto os médiuns de incorporação, pois são eles que ajudam a garantir segurança, firmeza e proteção para o grupo e para o trabalho, enquanto os médiuns de atendimento fazem a sua parte e desenvolvem o trabalho assistencial. Além disso, são eles também que ajudam os médiuns de incorporação, como já foi escrito linhas acima. Considerando esse papel, podemos listar alguns requisitos importantes para os médiuns de sustentação:

Responsabilidade

Tanto quanto o médium de incorporação, o médium cambono de sustentação precisa conhecer a mediunidade e tudo o que diz respeito ao trabalho com a espiritualidade e as energias humanas, a fim de poder auxiliar eficientemente o dirigente do trabalho e os seus colegas médiuns ou não.

Firmeza mental e emocional

Como é o responsável pela manutenção do padrão vibratório durante o trabalho, o médium cambono de sustentação deve ter grande firmeza de pensamento e sentimento, a fim de evitar desequilíbrios emocionais e espirituais que poderiam pôr a perder a segurança do trabalho e dos outros trabalhadores.

Equilíbrio vibratório

Como trabalha principalmente com energias – que movimenta com os seus pensamentos e sentimentos o cambono, médium de sustentação deve ter um padrão vibratório médio elevado, a fim de poder se manter equilibrado em qualquer situação e poder ajudar o grupo quando necessário.

Para isso, deve observar sempre a prática do Evangelho no Lar, ou algo similar, bem como a preparação necessária na noite que antecede o trabalho e no dia propriamente dito, cuidando do descanso, da alimentação, da higiene física e mental, dos banhos ritualísticos, da firmeza da sua guarda, etc.

COMPROMISSO COM A CASA, O GRUPO, OS GUIAS ESPIRITUAIS E OS ASSISTIDOS

O cambono, médium de sustentação deve lembrar-se de que, mesmo não tomando parte direta nas assistências, tem alguns compromissos a serem observados:

· Com a casa que trabalha: conhecendo e observando os regulamentos internos a fim de seguí-los. Explicá-los, quando necessário, e fazê-los cumprir, se for o caso; dando o exemplo na disciplina e na ordem dentro da casa; colaborando, sempre que possível, com as iniciativas e campanhas da instituição.

· Com o grupo de trabalhadores em que atua: evitando faltar às reuniões sem motivos justos, ou faltar sem avisar o dirigente ou o seu coordenador; procurando ser sempre pontual nos trabalhos e atividades relativas; procurando colaborar com a ordem e o bom andamento do trabalho.

· Com os Guias Espirituais: lembrando que eles contam também com os médiuns cambonos de sustentação para atuar no ambiente e nas energias necessárias aos trabalhos a serem realizados, e que, se há faltas, são obrigados a “improvisar” para cobrir a ausência. Os Guias Espirituais devem ser atendidos com presteza e respeito.

· Com os assistidos: encarnados e desencarnados, que contam receber ajuda na Casa e não devem ser prejudicado pelo não comparecimento de trabalhadores. Todos deverão ser recebidos e tratados com esmero, dedicação, respeito e educação.

AUSÊNCIA DE PRECONCEITO

O cambono, médium de sustentação não pode ter qualquer tipo de preconceito, seja com os assistidos encarnados ou desencarnados, seja com os dirigentes, mentores, etc. Ele não está ali para julgar ou criticar os casos que tem a oportunidade de observar, mas para colaborar para que sejam solucionados da melhor forma, de acordo com a sabedoria e a justiça de Deus.

Discrição

O cambono, médium de sustentação nunca deve relatar ou comentar, dentro ou fora da casa, as informações que ouve, os problemas dos quais fica sabendo e os casos que vê nos trabalhos de que participa. A discrição deve ser sempre observada, não só por respeito aos assistidos envolvidos, encarnados e desencarnados, como também por segurança, para que entidades envolvidas nos casos atendidos não venham a se ligar a trabalhadores, provocando desequilíbrios.

Os comentários só devem acontecer esporadicamente, de forma impessoal, como meio de se esclarecer dúvidas e transmitir novas informações a todos os trabalhadores, e somente no âmbito do grupo, ao final dos trabalhos.

Coerência

Tanto quanto o médium de incorporação, o cambono, médium de sustentação deve manter conduta sadia e elevada, dentro e fora da casa em que trabalha, para que não seja alvo da cobrança de entidades desequilibradas, no intuito de nos desmascarar em nossas atitudes e pensamentos. Como vemos, as responsabilidades dos cambonos, médiuns de sustentação são as mesmas que a dos médiuns ostensivos, e exigem deles o mesmo esforço, a mesma dedicação e a mesma responsabilidade.

CONCLUSÃO : Como vimos, não é tão fácil ser um cambono. Para ser um, é preciso aprender tudo sobre os Orixás, os Guias Espirituais, a Umbanda, o Templo e, principalmente, sobre a conduta que deve adotar para, depois, se for o caso, ser um bom médium de incorporação e alcançar a evolução espiritual até o Pai Maior. Pai Juruá

TEMPLO DA ESTRELA AZUL - CASA DE ORAÇÃO E ESCOLA UMBANDISTA

DICIONÁRIO ESPIRITA


D I C I O N Á R I O

Espiritual [do latim spirituale] - Relativo ao Espírito ou ao mundo espiritual.

Espiritualismo [do latim spirituale + -ismo] - 1. Diz-se no sentido oposto ao do materialismo. 2. Doutrina que defende a essência espiritual e a imortalidade da alma, bem como a existência de Deus. 3. Por seus fundamentos, o espiritualismo constitui a base de todas as religiões.

Espiritualista [do latim spirituale + -ista] - O que tem relação com o espiritualismo; partidário do espiritualismo. Quem creia que o homem e o mundo não são matéria, é espiritualista, o que não implica em crença nas manifestações dos Espíritos. Todo espírita é necessariamente espiritualista; mas é possível ser espiritualista sem ser espírita.

Espiritismo [do francês Espiritisme] - 1. Neologismo também criado por Allan Kardec, por indicação dos Espíritos, para diferenciação com o termo "espiritualismo", mais genérico e que indica o oposto do materialismo. 2. Doutrina filosófica, científica e de conseqüências morais, fundada sobre a crença na existência dos Espíritos, tratando da imortalidade da alma, da natureza dos Espíritos e suas relações com os homens, das leis morais, da vida presente, da vida futura e do futuro da Humanidade, segundo o ensinamento dado pelos Espíritos Superiores com a ajuda de diversos médiuns.

Espiritista [do francês espiritiste] - Aquele que adota a Doutrina dos Espíritos. O termo espírita, no entanto, por ser mais genérico, é o que se consagrou em língua portuguesa.

Espiritizar [do francês espiriti (sme) + -z + -ar] - Ato ou efeito de tornar uma pessoa espírita, com a aplicação dos princípios doutrinários na sua existência.

Escala espírita - A codificação espírita revela que os Espíritos não são iguais em saber, em moralidade e em virtudes, podendo ser classificados segundo o grau evolutivo alcançado. Assim, podem ser catalogados na seguinte escala: Espíritos puros - 1a classe; Espíritos bons: 2a classe - superiores, 3a classe - intelecto-morais, 4a classe - sábios 5a classe - benfazejos; Espíritos imperfeitos: 6a classe - neutros, 7a classe - falso-sábios, 8a classe - levianos, 9a classe – impuros, 10a classe - perturbadores.

Espírita [do francês espirite] – Neologismo criado por Allan Kardec, em "O Livro dos Espíritos", para significar: a) o que tem relação com o Espiritismo; adepto do Espiritismo; b) aquele que pode ser reconhecido "pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas más inclinações". O codificador da Doutrina Espírita classifica: I - Espírita cristão: aquele que não se contenta em admirar a moral espírita, praticando-a e aceitando todas as conseqüências; II - Espírita exaltado: aquele que tudo aceita sem reflexão ou exame, sendo mais nocivo que útil à Doutrina; III – Espírita experimentador: aquele que se interessa apenas pelas manifestações, pelos fenômenos, desconhecendo o aspecto moral da Doutrina; IV - Espírita imperfeito: aquele que, compreendendo a parte filosófica, admira a moral daí decorrente, mas não a pratica; V - Espírita sem o saber: aquele que, sem nunca ter ouvido falar da Doutrina, possui inato sentimento dos seus princípios, o que refletem em seus escritos e em seus discursos. Ver: Espiritista.

Ectoplasma [do grego e do latim, respectivamente: ektós + plasma]- 1. Biologia: parte periférica do citoplasma. 2. Parapsicologia: termo criado por Charles Richet para designar a substância visível que emana do corpo de certos médiuns. 3. Para a ciência espírita, designa a substância viscosa, esbranquiçada, quase transparente, com reflexos leitosos, evanescente sob a luz, e que tem propriedades químicas semelhantes às do corpo físico do médium, donde provém. É considerada a base dos efeitos mediúnicos chamados físicos, como a materialização, pois através dela os Espíritos podem atuar sobre a matéria.

Fé [do latim fide] - 1. Crença religiosa. 2. Atitude mental que consiste em crer, implicando habitualmente em compromisso prático. 3. Convicção; crédito na existência de certo fato. 4. Asseveração de algum fato. 5. Para a Doutrina Espírita, a fé precisa ser atitude racional, lógica, de acreditar porque compreende.

Reencarnação [do latim re + incarnatione] - 1. Retorno do Espírito à vida corpórea, em um novo corpo especialmente formado para ele. É progressiva ou estacionária, nunca é retrógrada. 2. Uma das personalidades do Espírito dentro da pluralidade das suas existências. Ver: palingenesia e metempsicose.

Regressão de memória - Técnica de indução, geralmente hipnótica, que possibilita ao paciente recordar-se de vivências passadas, inclusive outras reencarnações. Recurso psicoterápico que precisa ser praticado por especialista e não deve ser integrado às práticas das casas espíritas, pois a única vinculação que possui com o Espiritismo é ensejar mais uma comprovação da sobrevivência do Espírito e da sucessividade das reencarnações.

Religião [do latim re + ligare] - 1. Conjunto de ideologia, ética e ritual, estabelecido nas relações que une o homem a Deus, englobando os deveres que daí dimanam. 2. O Espiritismo é considerado uma religião filosófica, pelas suas conseqüências morais, sendo de foro íntimo, sem ritualismo ou quaisquer outras características das religiões tradicionais. Na Revista Espírita de dezembro de 1868, Allan Kardec afirma ser o Espiritismo uma religião, mas num conceito diferente do então tradicional, pois que uma religião filosófica, como doutrina que fundamenta os laços de fraternidade e de comunhão sobre as bases sólidas das leis naturais. No entanto, é bem claro ao salientar que "o Espiritismo não é religião no sentido de culto, de práticas exteriores". Por isso o cuidado que o Codificador teve ao usar a palavra "religião", porque expressava duas idéias diferentes.

"Se o Espiritismo se dissesse uma religião, desde o início, o público, em vista da acepção tradicional do vocábulo, só veria nele uma nova edição, uma variante, por assim dizer, dos princípios absolutos em matéria de fé, uma casta sacerdotal com seu cortejo de hierarquias, de cerimônias e de privilégios. Não possuindo nenhum dos caracteres de uma religião na acepção usual da palavra, o Espiritismo não poderia, nem deveria ornar-se com o título sobre o valor do qual, inevitavelmente, se estabeleceria a incompreensão." Eis porque ele se diz simplesmente: doutrina filosófica, científica e moral (religiosa). No tempo de Kardec ainda era necessário evitar a palavra religião; hoje, no entanto, a definição filosófica superou as confusões anteriormente reinantes.

Umbral [do espanhol umbral] - 1. Limiar, entrada. 2. Conforme informação do Espírito André Luiz, uma das regiões inferiores do Mundo Espiritual em que se agregam por sintonia mentes ainda em descompasso com o bem. Ver: Crosta e Trevas.

COLONIAS ESPIRITUAIS



Colônias Espirituais, também chamadas de Comunidades Espirituais, Cidades Espirituais ou Mundos Transitórios, são locais onde grupos de Espíritos errantes (ou desencarnados) se estabelecem, transitoriamente, enquanto aguardam novas encarnações. Esses locais, porém, não possuem uma rigidez geográfica como acontece nas colônias dos vivos (ou encarnados); estão, na verdade, mais ou menos próximos da Terra, segundo o grau de evolução dos seus componentes. O que rege a formação das Colônias Espirituais é a Lei de Afinidade. Cada um de nós, após a desencarnação, irá para uma esfera que adapte a sua condição moral. De acordo com as informações que os Espíritos edificadores deram a Allan Kardec a respeito da erraticidade, não somente Espíritos inferiores nela permanecem. Espíritos superiores também aí se encontram em processo de estudos ou aguardando oportunidade de encarnações em outros mundos.